segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O EVANGELHO E A MÍDIA



Originalmente pensei em escrever sobre “evangélicos e a mídia”, mas… o termo “evangélico” é um tanto quanto impreciso. Envolve uma arca de Noé que inclui desde cristianismo bíblico fundamentalista até seitas que são um coquetel sincretista de elementos do candomblé, catolicismo romano, bruxaria, superstição barata e até alguma coisinha retirada do Evangelho de Jesus. Então, quando se tenta pensar sobre o relacionamento entre os “evangélicos” e a mídia, há que se fazer uma perguntinha básica: de que evangélicos estamos falando? Por esta razão, em vez de falar sobre “evangélicos e a mídia”, preferi ser um pouco mais restritivo e pensar sobre o Evangelho e a assim chamada mídia.

Aliás, o termo mídia inclui todos os meios de comunicação, mas hoje em dia o termo é usado quase como sinônimo de TV. A meu ver este veículo, assim como um frasco de vidro, é por si só neutro: nem bom, nem ruim. Depende do que se põe dentro, ou no caso da mídia, do que transmite. É indiscutível seu poder para transmitir mensagens, sejam elas quais forem.

Tenho frequentemente me contorcido na poltrona ao ver na TV mascates travestidos de pastores, bispos, apóstolos, ou sei lá qual novo cargo vão ainda inventar na hierarquia, que vendem o que o povo quer comprar. Fiquei sabendo de um desses que enxuga o suor do rosto e depois oferece o paninho para curas milagrosas – duplamente nojento.  Copos de água, água do Jordão, poção para afastar espíritos malignos… No fundo quem rege esse tipo de “oferta” é o mercado, e o “bom” marqueteiro vende o que o mercado quer comprar.

Por outro lado, encontramos também (em número bem menor) gente séria que apresenta as boas notícias a respeito do Reino de Deus, oferece material honesto de instrução bíblica. Claro, com audiência bem menor, mas de qualquer forma, estão disponíveis para quem quiser ouvir.

Não poucos cristãos abandonaram suas congregações, muitos deles talvez com razões aceitáveis, e substituíram sua devoção por mensagens eletrônicas, ou por assim dizer, são hoje pastoreados por alguém da mídia. Muitos se deixam levar por bons comunicadores que usam o nome de Deus e brandem a Bíblia para pregar o que bem entendem e o “mercado” quer.

A mídia está aí e também seus mensageiros. Cabe a cada um comparar os ensinos com a Palavra, e orar por discernimento. Aliás, desconfio que nunca antes na história humana tenha sido tão necessário o dom de discernir espíritos.

Miguel Herrera

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